O CÚMULO DO AZAR Coincidências absurdas e assustadoras levam jovem à cadeia por 51 dias
História beira o inacreditável. Nome (muito incomum), nome da mãe, local de nascimento, idade e ida ao local do crime motivaram injustiça revoltante
Uma história que se passou em Goiás beira o inacreditável pela quantidade de coincidências totalmente improváveis que a envolve. Um jovem de 23 anos chamado Luiz Brendo Mac Dovel do Nascimento recebeu uma intimação em casa, em Aparecida de Goiânia (GO), em meados de dezembro passado. Como nunca teve qualquer problema com a Justiça, foi a uma delegacia perguntar o que significava aquele papel, mas ficou preso por 51 dias.
Ao chegar à unidade policial, foi comunicado de que havia um mandado de prisão aberto contra ele, sob acusação de tentativa de latrocínio, crime ocorrido em agosto de 2022 em Florianópolis (SC). Luiz Brendo foi imediatamente detido e levado para uma penitenciária goiana. O que evidentemente era um engano tornou-se uma verdadeira história de terror nos dias seguintes, já que nada que apresentava às autoridades para provar sua inocência tinha serventia, tudo por conta de uma série de coincidências absurda e assustadora.
Luiz Brendo Mac Dovel do Nascimento nasceu no Pará, tem 23 anos (nascido em 2000), sua mãe se chama Lidiane Mac Dovel e ele tinha ido a Florianópolis em agosto de 2022 realizar um concurso para sargento do Exército. O homem que seria o verdadeiro criminoso se chama Luiz Brendo Mac Dovel dos Santos. Ele também nasceu no Pará, também tem 23 anos (nascido em 2000), sua mãe se chama Lidiane Mac Dovel e também estava em Florianópolis em agosto de 2022.
Conforme conta a mãe do rapaz inocente, foi um policial penal da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) de Goiás que ficou sensibilizado ao ouvir a história de inocência de Luiz Brendo e resolveu checar de fato todos os dados em relação ao crime e à identidade do jovem. Ele descobriu, então, o outro Luiz Brendo Mac Dovel (este ‘dos Santos’), igualmente nascido no Pará, com 23 anos, com a mãe chamada Lidiane Mac Dovel e que teria ido ao estado Santa Catarina naquela data.
Na quinta (1°), a Justiça de Goiás expediu o alvará de soltura do jovem inocente, que por três anos estudou Direito e chegou a ser chamado para uma vaga de concurso em que estava aprovado durante o período de prisão, mas para a qual, naturalmente, não pôde se apresentar. Ele se emocionou ao ganhar a liberdade novamente, chorou e abraçou a mãe.
O Tribunal de Justiça de Goiás, conforme reporta o portal g1, emitiu nota dizendo que não comentará o caso.
Revista Forum