Mata da Sálvia: segunda maior Reserva Particular do Patrimônio Natural é criada em Alagoas
Área compreende os municípios de Satuba e Rio Largo, e se estende por mais de 620 hectares
Ascom IMA-AL
Proteger a fauna e a flora local é uma preocupação em Alagoas, por isso existem incentivos constantes para o aumento de Unidades de Conservação (UCs). O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) homologou o pedido de criação da Mata da Sálvia, que agora exibe o título de segunda maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Estado, representando um marco para a região metropolitana.
A nova RPPN está situada entre os municípios de Rio Largo e Satuba, bem como uma pequena fração de Maceió. Ela abrange mais de 620 hectares e possui características importantes para a preservação da Mata Atlântica, bioma no qual está inserida. Um dos destaques da Unidade é de abrigar importante afluente do rio Mundaú, um dos mais relevantes de Alagoas.
Marcela Daher, responsável pela reserva e representante da Usina Utinga Leão, afirma que a motivação para tornar a Mata da Sálvia uma RPPN se deu por identificar uma grande variedade de espécies de fauna e flora endêmicas, muitas das quais estão ameaçadas de extinção.
“Além disso, as florestas e áreas naturais dessa localidade desempenham um papel crucial na manutenção dos equilíbrios ecológicos e hidrológicos locais, assegurando a preservação dos recursos hídricos e fornecendo proteção contra erosões e enchentes”, ressalta.
Vale dizer que a RPPN Mata da Sálvia vai acolher programas de reintrodução de espécies ameaçadas de extinção ou na categoria de vulnerabilidade, a exemplo do Papagaio-Chauá (Amazona rhodocorytha), Mutum-de-alagoas (Pauxi mito) e do Macuco (Tinamus solitários).
Nas visitas feitas à Mata da Sálvia pelos técnicos do IMA, foram identificadas diversas áreas inundáveis e nascentes. Estas apontam a existência e abundância de recursos hídricos no local. Alex Nazário, gerente de Unidades de Conservação do Instituto, descreve que essa riqueza natural é de extrema importância para a manutenção da biodiversidade na área, porque ela assegura o desenvolvimento da flora e da fauna local além de proporcionar o abastecimento de água potável para comunidades locais que se valem desse importante serviço ambiental.
“A Mata da Sálvia é a segunda maior RPPN, em área, de Alagoas, ficando atrás apenas da Reserva Mata do Cedro. Esse é um marco interessante, pois existe uma biodiversidade muito rica que foi comprovada em registros de pesquisas na área, além dessa região deter um fragmento do bioma Mata Atlântica em bom estado de conservação. Todos esses fatores a tornam uma reserva de localização estratégica para a conservação, sobretudo por estar situada na região metropolitana de Maceió”, expõe Nazário.
Ainda segundo Daher, os próximos passos devem incluir a formulação de um Plano de Manejo, documento que estabelece diretrizes e estratégias para a gestão sustentável; bem como a proteção das espécies endêmicas e ameaçadas. Inclusive, essas ações são fundamentais para tornar um ambiente propício à reintrodução de animais silvestres.
Benefícios da criação de uma RPPN
O reconhecimento de uma área como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) oferece diversos benefícios. Além de contribuir diretamente para a conservação da biodiversidade, o proprietário terá o direito à isenção do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) relacionado à área da reserva.
Há outras vantagens como prioridade na análise de projetos pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), preferência na avaliação de pedidos de crédito agrícola para projetos em propriedades com RPPN, e oportunidades de cooperação com entidades públicas e privadas para a proteção, gestão e manejo da reserva.
Para mais informações acerca dos benefícios e da criação de uma RPPN, basta acessar o link: https://www2.ima.al.gov.br/como-criar-minha-reserva-particular-rppn/.
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